“Para Não Esquecer Virgínia Quaresma” é semifinalista no AFFIF

05/11/2021 - 14h10 | Virgínia Quaresma

A curta-metragem documental Para Não Esquecer Virgínia Quaresma (2021) foi semifinalista do Africa Film for Impact Festival (AFFIF) neste ano. Este festival premeia produções politicamente comprometidas com temas do foro social. A curta foi produzida em 2021 pelo Grupo de Género e Performance (GECE), da Universidade de Aveiro (UA), e financiada pelo Centro de Línguas, Literaturas e Culturas da UA, através de fundos da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito da fundação, em 2020, do Prémio Internacional em Estudos Culturais – Virgínia Quaresma.

Virgínia Quaresma

Virgínia Quaresma, natural de Elvas, nasceu a 28 de dezembro de 1882 e faleceu, em Lisboa, a 26 de outubro de 1973. Para além de jornalista de profissão, Virgínia Quaresma, acérrima democrata e republicana, era uma ativa defensora da igualdade de direitos, emancipação, profissionalização e renumeração das mulheres e do acesso à educação para ambos os sexos.

Reconhecida como a primeira mulher jornalista em Portugal, destacou-se nas reportagens de investigação de teor opinativo, distanciando-se dos lugares-comuns socialmente reservados às mulheres. Trabalhou em periódicos portugueses de grande relevância como O SéculoA Capital e A Época e foi diretora da revista Alma Feminina. Viveu no Brasil entre 1912-1917 e 1930-1964, aproveitando a oportunidade para afastar-se do regime totalitário e ditatorial do Estado Novo, ambiente inseguro para uma mulher negra, lésbica, ativista, adepta da democracia, com fortes convicções políticas e defensora das causas feministas.

Virgínia Quaresma destacou-se, sobretudo, durante o século XX, na defesa de causas que estão no cerne das relações de poder, nomeadamente, da violência de género, tópico de estudo relevante e fundamental nos Estudos Culturais.