A segunda edição do Prémio Internacional em Estudos Culturais – Virgínia Quaresma abre, nesta quinta-feira, 6 de outubro, a receção de submissões de interessados a concorrer na categoria de Melhor Tese em Estudos Culturais. As inscrições para esta edição do prémio encerram no próximo dia 5 de novembro e deverão ser realizadas em formulário próprio disponibilizado no site do prémio. Os resultados do concurso serão conhecidos no dia 23 de novembro deste ano, durante a abertura do VIII Congresso Internacional em Estudos Culturais: “Sexualidades e Lazer”, a decorrer na Universidade de Aveiro (UA).
O prémio para a tese vencedora consiste na certificação, edição e publicação da obra em e-book, em acesso aberto, com a chancela do Prémio Melhor Tese em Estudos Culturais – Virgínia Quaresma 2022, da Universidade de Aveiro / Direção Regional de Cultura do Centro e a sua divulgação no site oficial do prémio.
Para concorrer é necessário que o tese de doutoramento tenha sido desenvolvida e defendida nos últimos cinco anos numaUniversidade Portuguesa e/ou numa Universidade de algum país de Língua Oficial Portuguesa ou numa outra qualquer Universidade, desde que, em qualquer das situações mencionadas, seja apresentada ao júri em língua portuguesa, inglesa, francesa ou espanhola e, cumulativamente, incida sobre uma temática de relevo para algum dos países de Língua Oficial Portuguesa.
O Prémio Internacional em Estudos Culturais – Virgínia Quaresma é uma promoção da UA, com o apoio da Rede Internacional em Estudos Culturais (RIEC) e da Rede Nacional em Estudos Culturais (RNEC) e conta com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e, nesta edição, recebe o patrocínio da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), de Portugal.
Prémio Carreira
Outra categoria também a concurso é o Prémio Carreira, atribuído a uma personalidade que tenha promovido uma dimensão crítica e interventiva, teórica ou prática, dentro ou fora da academia, em alguma das temáticas tratadas pelos Estudos Culturais. O prémio nesta categoria é constituído pelo valor monetário de 1.500€, com patrocínio da DRCC.
Ao Prémio Carreira podem ser apresentadas candidaturas pela Rede Internacional em Estudos Culturais (RIEC), pela Rede Nacional em Estudos Culturais (RNEC) e/ou pelo Centro de Línguas Literaturas e Culturas da Universidade de Aveiro (CLLC).
Primeira Edição
Na sua primeira edição, realizada em 2020, o Prémio Internacional em Estudos Culturais – Virgínia Quaresma foi atribuído ao filósofo da cultura Eduardo Lourenço. O Prémio Melhor Tese de Doutoramento em Estudos Culturais foi atribuído a Sara Vidal Maia, pela tese “Relações de Poder e Identidade(s) de Género: A sociedade ‘matriarcal’ de Ílhavo na década de 1950”, defendida em 2016, no Programa Doutoral em Estudos Culturais das Universidades de Aveiro e do Minho.
O Prémio Virgínia Quaresma distinguiu também, com menções honrosas, as teses de doutoramento de Lélian Silveira, intitulada “O Olhar Europeu Sobre o Brasil: da exotização do paraíso à mercantilização turística”; de Walter Chile, intitulada “Traquitanas cênicas – saberes teatrais e artes de pesca: A decolonização do cenotécnico no Teatro Cacuri” e de Catarina Laranjeiro, intitulada “Entre as Imagens e os Espíritos: encontros com a memória da guerra de libertação na Guiné-Bissau”.
Virgínia Quaresma
Nascida em 1882, Virgínia Quaresma desenvolveu ao longo da primeira metade do século XX uma profícua carreira como jornalista, ao lado de uma atuação internacional pelos direitos das mulheres, pela igualdade na educação para meninos e meninas, pela democracia, pela causa republicana e pelo pacifismo.
Reconhecida como a primeira jornalista em Portugal, afastou-se dos lugares e modos de escrita comumente reservados para as mulheres até ali e dedicou-se às reportagens ide investigação, seguindo os princípios da objetividade e do apuramento exaustivo dos factos, que começavam a ganhar terreno sobre o jornalismo mais opinativo que caracterizara o século XIX.
Exerceu a profissão em importantes veículos da imprensa portuguesa da altura, como O Século, A Capital e A Época, e, também, no Brasil, país em que viveu por dois períodos (1912-1917) e (1930-1964), procurando afastar-se da atmosfera opressiva do Estado Novo português, pouco convidativa para uma mulher negra, lésbica e com fortes convicções políticas, abertamente partidária das causas feministas.